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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Papa Bento XVI recebe Jaques Wagner e delegação judaica no Vaticano

O governador Jaques Wagner e mais 24 delegados de 11 países do Congresso Judaico Latino-Americano foram recebidos, hoje (10), no Vaticano, em Roma, pelo papa Bento XVI, em uma audiência histórica, que ocorre pela primeira vez a fim de estreitar os vínculos entre judeus e católicos da região. O papa destacou a importância do encontro, por se constituir “no primeiro grupo que representa organizações judaicas na América Latina com o qual eu me encontro no Vaticano”, lembrando a “dinamicidade” principalmente das comunidades no Brasil, que vivem junto a uma grande maioria de católicos.
Em seu discurso, o papa recordou os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, cuja declaração Nostra Aetate segue sendo a base e o guia nos esforços para promover maior compreensão, respeito e cooperação entre as duas comunidades. Esta Declaração, segundo o pontífice, não somente assumiu uma posição clara contra toda forma de antissemitismo, mas também depositou as bases para uma nova avaliação teológica da relação da Igreja com o judaísmo. “Tenho a esperança de que a visita de hoje seja uma fonte de alento e confiança renovada no momento de enfrentar o desafio de construir laços cada vez mais fortes de amizade e colaboração, e de dar testemunho profético da força da verdade de Deus, da justiça e do amor reconciliador, para o bem de toda a humanidade”, disse o papa.
O governador Jaques Wagner, integrante da delegação liderada pelo brasileiro Jack Terpins, presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, antes do encontro com o papa Bento XVI foi entrevistado pela repórter Elisa Dametto, da Rádio Vaticano (www.radiovaticana.org). Wagner falou sobre a importância da audiência e a promoção da paz e a tolerância religiosa. Para Wagner, a voz do papa é imprescindível no cenário internacional para o tratamento destas questões.
Durante a entrevista, o governador Wagner reconheceu a importância do papa, enquanto representante de uma religião tão numerosa no Brasil, na América Latina e no mundo, para fortalecer a convivência internacional entre as religiões e promover o combate à intolerância religiosa. “A convivência democrática, o combate à intolerância tem de vir acompanhado pela solução dos problemas sociais”, afirmou. Para Wagner, o agravamento do quadro social acaba por conduzir a teses segregacionistas e intolerantes. “É importante trabalhar sempre nos dois sentidos – no diálogo interreligioso, mas na busca da solução das questões sociais na Europa e no mundo, que, aliás, tem sido também o posicionamento do papa”.
Sobre a questão da intolerância religiosa e o crescimento econômico do Brasil, Wagner destacou que o país vive um bom momento. “Exatamente pelo fato de que nós conseguimos combinar o crescimento econômico com a inclusão social”. E acrescenta: “Eu diria que o grande segredo do brasileiro é este; ter entendido que não há crescimento econômico se não houver desenvolvimento social e inclusão social. Na medida em que isso ocorre, é uma garantia da democracia duradoura e também garantia do combate à intolerância”.
Em relação à questão envolvendo os israelenses e palestinos, o governador Wagner afirmou que só haverá paz entre os dois estados – de Israel e do povo palestino – quando ambos entenderem que tem o direito de viver livremente, com dignidade, cada um respeitando suas tradições, suas convicções e sua história.

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